Você vive na "Cidade dos algoritmos" !

 


Para o mestre em Política de Ciência e Tecnologia, André Lemos, a "Cidade dos algoritmos" nada mais é do que as cidades atuais, essa em que vivemos. E esses algoritmos nada mais são do que os dados e informações que nós, os próprios cidadãos, podemos fornecer. 

 Essa coleta de dados e informações, feita pela própria população,  transformada em algo público e digital, pode redesenhar o espaço urbano atual. 

  Em uma entrevista ao " Fronteiras do pensamento",  Pierre Lévy deixa claro que o mundo digital faz absolutamente parte da realidade e que os corpos vivos humanos são sempre absolutamente físicos e reais. Dessa forma, nada mais natural que o espaço urbano também comece a fazer parte desse mundo digital. 

 Um dos exemplos que é descrito por André Lemos, em sua palestra no " TEDxSalvador", é a possibilidade de um indivíduo conseguir acessar o fluxo de metrôs em Londres se deslocando em tempo real, apenas por um link. Ou até mesmo rastrear, por meio de um código de barras, se os resíduos sólidos estão realmente sendo reciclados corretamente. 

 Essa é a redescoberta do espaço urbano pela aproximação do cidadão com a tecnologia. Contudo, é preciso uma politização desses dados e uma inserção política e social. 

 Como no Brasil, em que alguns alunos coletaram dados quantitativos dos buracos da cidade de Fortaleza e publicaram em um blog, gerando um mapa colaborativo. 

 Não existem apenas buracos na cidade dos algoritmos, como também sites que mostram em quais lugares possuem redes wi-fi em Salvador, te ajudando a saber onde pode se conectar e ao mesmo tempo fazendo uma análise geopolítica. 

 É preciso que os moradores acumulem esses dados em tempo real e transformem isso em algo útil e politicamente importante.

 " O desenvolvimento tecnológico, longe de ser apenas agente de separação, de alienação e de esgotamento de formas de solidariedade sociais, pode servir como vetor de reliance, como instrumento de cooperação mútua e de solidariedade múltiplas." (LEMOS, 2002, p. 20)

Portando, para André Lemos, fazer dos dados digitais " coisa pública" aberta e livre, pode ajudar a criar formas de apropriação social da tecnologia e essa redescoberta do espaço urbano. 

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 Existem os pontos negativos dessa relação forte entre a vida real e a virtual/ tecnológica, como o controle de dados e a alienação. Entretanto, essa é uma discussão para outro momento. 

 Deixem seus comentários sobre como isso impacta positivamente e negativamente nas nossas vidas! 


Link das entrevistas : 

Pierre Lévy - O que é o virtual?

Cidade dos algoritmos: André Lemos até TEDxSalvador

Bibliografia

LEMOS, André, Cibercultura. Tecnologia e Vida Social na Cultura Contemporânea.Porto Alegre, Sulina, 2002., 





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